Implante de um PortaCath no pericárdio de um canino para o manejo de derramamento pericárdio maligno causado por hemangiosarcoma cardíaco
DOI:
https://doi.org/10.29155/VET.58.218.3Palavras-chave:
Câncer, Pericardiocentese, Cisplatina, Canis familiaris, TóraxResumo
Embora seu uso seja indicado apenas para acesso às veias centrais na medicina humana, no presente relato descrevemos o implante de dispositivo Port-a-Cath ou cateter totalmente implantado no espaço pericárdico de um canino da raça Pastor Alemão. O paciente foi diagnosticado com hemangiossarcoma em parede de átrio direito e, em decorrência da efusão pericárdica, apresentou sinais de tamponamento cardíaco prévios ao implante do dispositivo. A técnica utilizada foi de média dificuldade cirúrgica e proporcionou acesso percutâneo permanente à cavidade pericárdica tanto para aspiração da efusão pericárdica quanto para administração de cisplatina, que foi administrada em dose única 7 dias após o implante. Foram realizadas provas semanais de permeabilidade e posicionamento do dispositivo, sem produção de efusão pericárdica até o dia 52 após o implante, quando voltou a produzir quantidades que variaram entre 15 e 50 ml de líquido serosanguinolento. Tal efusão foi aspirada em intervalos de 3 a 5 dias até que o animal fosse eutanasiado no dia 68. O dispositivo Port-a-Cath permaneceu funcional, não havendo complicações nem migrações para a cavidade pleural. Após a eutanásia do paciente, foi realizada toracotomia para envio de amostras ao laboratório de histopatologia, onde foi confirmado o diagnóstico de hemangiossarcoma. Concluimos que a causa do quadro clínico de dispneia em repouso, incompatível com a vida, foi a existência de múltiplas metástases nos pulmões, coração, pericárdio e tecido subcutâneo pelo quadro avançado do hemangiossarcoma, descartando tamponamento cardíaco como causa da morte. O implante do dispositivo Port-a-Cath mostrou-se uma alternativa para a prevenção do tamponamento cardíaco de origem maligna neste paciente canino.
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